Em 2008, Dr. Denis Mukwege e sua esposa nos receberam em Bukavu. Esse encontro foi, amavelmente, viabilizado pela da Sra. Berta Grunaum, oficial de protocolo da ONU, a qual muito insistiu para que conhecêssemos aquele médico congolês. Era uma manhã de sábado e Dr. Mukwege foi nos receber na varanda de sua casa. Imediatamente, mostrou muito interesse pela nossa missão no Congo. Depois, contou-nos as suas dificuldades cirúrgicas encontradas com suas pacientes no Hospital de Panzi- na sua maioria originadas de mulheres vítimas de abuso sexual - e como tentava, entusiasticamente, resolvê-los. O cenário criado pelo Dr. Mukgewe era arrasador; entretanto em nenhum momento ouvimos aquele homem se lamentar de qualquer coisa. Ao saírmos de sua casa, levamos conosco a certeza de termos conhecido um homem simples e amável, mas também alguén que nunca dignificou tanto as palavras "médico", "ser humano" e "luta".
Paulo Freire não deve ter conhecido o Dr. Mukwege, mas imagino de como seria esse encontro!O educador, ao saber da vida e a luta do médico, diria que estava diante de um grande e irrecuperável "Utópico". O Dr. Mukwege ao acreditar, veementemente, que o mundo pode ser muito melhor, transforma não só a vida de suas pacientes, mas de todos que o conhecem. E dessa maneira, também passei a acreditar nas minhas própias Utopias.
MIlton Paulo de Oliveira
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